quinta-feira, 12 de abril de 2012

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FANFIC PERFECT PROMISE II - CAP 7

Já não bastava meu mundo está bastante perturbado, e agora mais essa? Eu já não sentia o chão sob meus pés, a voz da minha mãe estava bem distante soando no telefone. Por um momento eu queria me apagar, me desligar do mundo. Mas não podia fraquejar agora, muitas pessoas precisavam de mim, contavam comigo, e eu para honrar tudo aquilo que eu tinha passado, e honrar meu nome, eu seria forte. Eu tentaria.

–Rose? Rose por favor, querida fale alguma coisa. Rose? – Repetia Janine ao telefone, sua voz era desespero puro – Estou indo para a Academia agora mesmo.

–Não! Não se atreva a sair daí Janine Hathaway. Fiquei aí, o pessoal da corte precisa de você, de todos os guardiões, agora mais do que nunca. – Falei recuperando minha voz que pensei que tivesse se esvaído.

–Rose, não apronte nada ok? Os responsáveis pela Academia, já sabem do ataque à corte, e estão tomando providências para que nada aconteça de trágico por aí. Fique na Academia, não saia daí por nada, está me entendendo? – Perguntou ela, mas eu não tinha ouvido uma palavra se quer.

–Claro, claro – Despedi-me dela e desliguei o telefone. Arrumei minha mochila e saí do meu quarto marchando pelos corredores movimentados da academia. Já estava anoitecendo, o movimento de alunos e guardiões era três vezes maior do que o movimento diurno. – Droga. Não vai dar pra eu sair pela frente. – Falei sozinha, enquanto contornava todo o prédio de hospedagem e seguia para a floresta, pelas sombras escuras das árvores. Já estava seguindo a trilha, quando escutei as folhas secas e os galhos se quebrando atrás de mim, ao virar me deparo com ele.

–O que faz aqui? E com essa mochila? – Perguntou ele, os braços cruzados sobre o peito.

–Deu pra me seguir agora? Não te interessa para onde eu vou. Agora chega de interromper minha vida – Falei virando as costas para ele, porém o mesmo seguiu meus passos.

–Pelo visto já sabe da Lissa e do Christian – Disse Dimitri atrás de mim, logo parei de andar. A mochila fez um baque surdo ao cair sobre os meus pés. – Você não pode sair da academia.

–Quem é você para me impedir? Meu pai? Minha mãe? Por dezessete anos, nem meu pai se importava comigo, minha mãe só procurava por mim quando eu fazia alguma besteira e agora Dimitri eu descobri que nem você se importa comigo mais. Mas não guardo ressentimentos, ok? Agora me deixa ir atrás da minha amiga. – Falei pegando a mochila e jogando-a nos ombros. Dimitri segurou com força meu punho.

–Não vou deixar você sair. É importante demais, Rose. Não saia.

–NÃO FINJA SE IMPORTAR COMIGO! EU CANSEI! EU QUERO QUE VOCÊ SUMA DA MINHA FRENTE, ENTENDEU? DESAPAREÇA DE VEZ DA MINHA VIDA. – Explodi. As lágrimas devastadoras desciam pelo meu rosto. A face de Dimitri pareceu abalada por um momento. Encarei seu rosto por uma fração de segundo, até sua mão bater em meu pescoço e tudo ficar escuro em minha volta.

Acordei com uma dor lancinante em meu ombro, minha cabeça rodava, e quando me sentei na cama que reconheci não ser a minha, demorei alguns segundos até abrir os olhos e encontrar Sonya e Dimitri me encarando. De repente os últimos acontecimentos passaram rapidamente em minha mente, como um borrão. Lissa e Christian sequestrados por Strigois. Eu na floresta. Dimitri na floresta. Dimitri batendo em mim.

–Você bateu em mim! – Falei assim que os fatos ficaram claros em minha mente e finalmente tinha achado um motivo para minha dor.

–Acredite foi para o seu próprio bem. – Falou ele encarando-me e depois pôs sua mão no ombro de Sonya e saiu do quarto dela.

–Agora definitivamente eu tenho provas de que Dimitri está usando algum tipo de droga! Sonya, ele bateu em mim! – Falei desacreditando nos fatos – Além de tudo, tenho que ir atrás da Lissa! Os Strigois a capturaram. Ela e o Christian! Não posso ficar aqui sem fazer nada! – Levantei-me da cama, mas Sonya colocou sua mão em meu ombro e me fez sentar novamente, sua voz suave cantou em meus ouvidos.

–Você vai ficar aqui, não vai mexer um músculo para sair da academia – Disse ela, mas eu já conhecia esse jogo.

–Não use compulsão em mim Sonya! Não ver que eles correm perigo? – Gritei olhando para ela que me encarava sentada na ponta da cama.

–Todos vão correr perigo se você for atrás deles. Confie em mim, eles vão escapar dessa Rose. Vamos ter paciência, por favor.

–Da última vez que levaram alguém daqui, os resultados não foram bons. – Disse colocando minha cabeça sobre as mãos. Tudo estava desabando. Finalmente os Strigois conseguiriam derrubar o mundo Moroi.

–Rose, mantenha a calma. Vamos manter as coisas aqui na Academia em ritmo acelerado. Deixe as coisas na corte, se foque aqui. Treine todos os alunos, os de 16 e 17 anos, não desafie a corte agora. Os mais novos não se formarão necessariamente esse ano junto com os mais velhos, é só um treinamento, ok? Você vai fazer isso? - Ela não estava usando compulsão, ela na realidade queria me acalmar, e deixar tudo nas mais claras águas.

–Tudo bem. Eu farei isso. – Disse levantando-me e saindo de seu quarto. Os corredores agora estavam mais calmos, porém ainda havia movimento de alguns alunos. Pelo horário, Alberta ainda deveria estar no centro de treinamento, então fui até lá em passos rápidos falar com ela. Ao chegar ao centro encontro Taissa e Dimitri, sentados num dos bancos num papo super meloso. Revirei os olhos para a cena e entrei na sala onde Alberta se encontrava. – Com licença Alberta, posso falar com você um instante? – Perguntei e ela confirmou com a cabeça, fazendo um gesto para que eu me sentasse à sua frente. – Quero pedir pra você, para juntar minha turma com a sua. Você tem muito mais experiência do que eu, e nesse momento o que mais precisamos é guardiões experientes. Eu posso ajudar você é claro, vou ficar como sua assistente e monitorando os alunos mais novos, de dezesseis anos antes de passar eles para sua turma, pode ser?

–Acho que sim. Apesar do dampiros da corte estarem um pouco atrasados no treinamento, acho que posso fazer isso.

–Posso garantir a você, que eles aprender bastante rápido. Só preciso conversar com eles amanhã, antes do treino, pode ser? – Perguntei e ela confirmou com a cabeça, antes de atender ao telefone. Despedi-me com um aceno, e saí da sala.

–Rose! – Gritaram Mike e Rue entrando aos tropeços, correndo no centro de treinamento – Rose! Precisamos da sua ajuda! Você também Belikov! – Corri até onde eles estavam.

–O que houve? – Perguntei desesperada pela expressão nos rostos deles. Nenhum dos dois respondeu de imediato – Falem! O que houve?

–A Lennie ela passou todas as aulas muito estranha, e quando eu... Quando eu estava indo para o nosso quarto, eu a vi indo pra floresta, eu ainda corri atrás dela, mas um homem, não sei se era guardião, me disse para ir para o refeitório que ia ter um aviso geral, eu tentei avisar da Lennie mas ele não deu ouvidos – Falava Rue, gaguejando as vezes, o desespero era visível em sua voz – Depois do aviso, do ataque na corte, voltei pro quarto e a Lennie... – Ela começou a chorar, olhei para Mike esperando uma continuação.

–O que houve, me fale! Onde ela está? – Perguntei já saindo do ginásio, Dimitri, Taissa, Rue sendo amparada por Mike logo ao meu lado.

–A Lennie estava morta no nosso quarto. E havia marcas de mordidas no pescoço dela – Chorou Rue. Isso só me fez acelerar o passo. Comecei a correr em direção ao dormitório e entrei no quarto das garotas. Lennie estava jogada de qualquer forma no chão, seu pescoço aparentemente quebrado e uma poça de sangue estava formada na região perto da cabeça. Um Strigoi tinha feito aquilo, com certeza. Agachei-me ao lado de sua cabeça, e levantei sua pálpebra. Não haveria jeito. Sem hesitar, peguei a estaca de prata em meu cinto, e empalei o coração de Lennie fazendo-a dar um suspiro para a vida Strigoi e ao mesmo tempo um suspiro para a morte. Um grito ecoou pelo quarto, e pude ver que Rue estava com as mãos cobrindo a boca. Os olhos estavam arregalados. Os braços de Mike estavam a sua volta.

–Não havia jeito para ela. Ela se tornaria um Strigoi – Encarei Mike, que concordou com a cabeça. – Há um Strigoi na academia – Falei, pois aquele fato era óbvio. Porém já estava amanhecendo, eles não teriam chance se fossem descobertos. Peguei o telefone e liguei para Alberta – Por favor, coloque os guardiões em alerta. Uma aluna foi atacada. Há um Strigoi na academia. – Pelo momento em que falei com Alberta ela confirmou e logo depois nos encontrou no quarto das meninas. Quando o sol já havia brotado no horizonte e as coisas estavam mais tranquilas por hora, pude notar uma coisa muito estranha.

Quando Dimitri foi carregar o corpo inerte de Lennie, um objeto brilhou sob a luz do sol em seu pescoço. Uma corrente de prata estava envolta de seu pescoço, e o que mais me assustou. O pingente era igual ao de Taissa, apenas uma coisa mudava o dele era de prata.

><

Uma semana já tinha se passado desde o ataque da corte, e desde o ataque na academia que resultou com a morte de Lennie. Nenhuma notícia de Lissa ou Christian, as esperanças já estavam se esvaindo e na corte um novo teste para substituir a rainha já estava sendo realizado. Fiquei encarregada de falar com a mãe da Lennie, que ficou desesperada ao telefone. Receber a notícia que sua filha que estava sendo treinada para se tornar guardiã, e tinha se tornado Strigoi, era difícil para qualquer mãe.

Nesses dias meu contato com Dimitri foi mínimo. Não posso negar que me doía vê-lo sair com Taissa, e aquele estranho colar que eles estavam usando me causava um ataque de nervos. Mas continuei calma, pelos alunos que estava treinando. Alberta tinha ficado com os cinco alunos de idade correta. Os outros ainda estavam bastante abalados pela perda de Lennie, mas não se negaram ao treinamento.

Comecei com os sete alunos da outra turma, que não tinham nenhuma noção do treinamento. Foi pesado, demorado e cansativo, e no final de tudo eles já estavam esfregando as juntas e praticamente se arrastando até a saída. Já estava arrumando minhas coisas para sair do centro de treinamento quando Taissa entra acompanhada de um Moroi, Kirova, e uma Sonya aparentemente bastante irritada. Dimitri também acompanhava a passeata. Olhei para Alberta, que fez uma cara de que sabia tanto quanto eu.

–Alberta, Rose, esse é Arthur. Ele é usuário de espírito e será professor aqui da academia – Disse Kirova sorrindo para nós, e pondo a mão sobre o ombro de Arthur.

–Prazer em conhece-lo – Disse Alberta apertando a mão dele. Fiz um aceno com a cabeça, que foi devolvido da mesma forma da parte dele.

–Prazer é todo meu. – Disse ele, um sorriso no rosto. Sonya olhou pra mim e fez um aceno para eu ir com ela. Peguei minhas coisas e dei um aceno rápido de despedida pro pessoal que estava ali. Segui Sonya até meu quarto onde ela fechou a porta com raiva e saiu andando pelo pequeno cômodo, enquanto eu sentava e a encarava sem entender aquela irritação toda.

–ARGH! Que ódio dessa mulher! – Gritou ela – Essa Kirova é uma cega. Não sabe de nada, e eu preciso da sua ajuda Rose. Já venho desconfiando dela há muito tempo, e preciso desmascarar ela agora. – Disse ela, seus olhos encontraram os meus e pareciam tão... malignos.

–Taissa? Ela também está me tirando do sério. E aquele colar que ela usa, ela implantou no Dimitri. Precisamos arrancar aquilo dela – Eu disse levantando-se e começando a andar pelo quarto também.

–A questão, é como faremos isso. Eu já disse a você, quando fui tentar tocar na inocência o amuleto ela quase me matou.

–Simples. Quando ela dormir nós pegamos ele. – Eu disse na maior obviedade. – É só ficar de olho no quarto dela.

–Ótimo, faremos isso. E tem que ser hoje. Preciso saber se meus palpites estão realmente certos, e se estiverem às coisas ficarão feias.

–Preciso saber quais são esses seus palpites.

–Não agora. Preciso pegar Diego com Milena, quando ele dormir, vou encontrar você no refeitório, preciso tomar alguma coisa – Disse ela. Alguma coisa, vermelha O+, ou O- eu entendia aquilo.

–Certo encontro você lá em três horas? Acho que dará tempo pra você fazer o que precisa, não é? – Perguntei e ela confirmou saindo do meu quarto. Enquanto esperava, fui tomar banho e interrompi o mesmo com o telefone tocando. Enrolei-me rapidamente numa toalha e corri para atender. Era Janine.

–Oi mãe – Falei animada, esperando por notícias. Boas de preferência – Alguma novidade?

–Sim Rose. Lissa e Christian estão aqui – Disse ela, sua voz era carregada de alívio. Meu coração por um momento parou e voltou a pulsar rapidamente.

–Ah meu Deus, isso é sério? Como eles estão? Machucados? Bem? Conseguiram saber a localização? Temos que organizar uma expedição! – Falei rapidamente, sem respirar.

–Calma Rose. Eles estão bem, só um pouco queimados pelo sol que pegaram, mas já estão recebendo os cuidados necessários, fique calma. Lissa quer falar com você, espere – Disse ela, e minutos depois a voz suave de Lissa estava no telefone.

–Lissa! Ah Lissa, como você está? E o Christian? Como vocês conseguiram fugir?

–Calma Rose, você está muito agitada. Eu e o Christian estamos bem. Estamos vivos! Foi terrível eles chegaram a tomar nosso sangue, e... Ah Rose, foi um dos momentos mais terríveis da minha vida. – Disse ela, a voz chorosa soava no telefone.

–Como vocês conseguiram sair? – Voltei a perguntar.

–Nós estávamos amarrados no porão de uma casa, que fica razoavelmente longe daqui da corte, a casa fica entre a floresta ao norte. O Christian usou fogo para soltar as cordas. Era noite e só tinha um Strigoi na casa, acho que o resto tinha ido caçar, não sei. Foi fácil sair, tivemos que correr sem parar até pelo menos chegar à estrada, onde encontramos uma patrulha do resgate que estava atrás de nós.

–Que horror! E você pode reconhecer algum dos Strigois?

–Não que eu me lembre agora. Posso buscar na minha mente depois, estou tão cansada, confusa.

–Tudo bem. Descanse e depois eu ligo pra você, para saber como estão às coisas por aí, ok?

–Tudo bem. – Falou ela e desligou o telefone.

Menos uma preocupação. Troquei-me rapidamente, uma calça jeans e uma blusa de botão preta. Fui até o escritório de Kirova onde ela estava saindo, provavelmente iria descansar.

–Rose, já soube que a rainha Vasilisa, foi encontrada sim? – Perguntou ela se voltando para mim, após fechar a porta de seu escritório.

–Sim, na realidade vim avisar a você, mas já que já sabe. Vou voltar para o dormitório, tenha uma boa noite. - Falei e saí andando em passos apressados pelos corredores da academia.

–Para onde vai com tanta pressa Rose? – Dei um salto pelo susto. Olhei para trás e vi Dimitri encostado numa das pilastras, um sorriso escapava de seus lábios.

–Quer me matar de susto? Droga. - Ofeguei, a mão sobre o peito tentando de alguma forma acalmá-lo. – O que você está fazendo aqui?

–Vi você indo pro escritório da diretora Kirova, e queria te avisar da Lissa e do Christian.

–É, eu já sei obrigada. Agora se me der licença – Falei dando meia volta e indo para a direção na qual eu seguia se não tivesse sido interrompida. Ele me deixou ir sem falar nada, mas pude sentir seu olhar nas minhas costas. Virei para o corredor que dava para o refeitório, e encontrei Sonya sentada numa das mesas, me esperando.

–Está pronta? – Perguntou ela, saltando da mesa – Todos já se recolheram, alunos, professores só alguns guardiões estão em pontos estratégicos da academia. Não topou com ninguém enquanto vinha para cá, não foi? – Perguntou ela como se soubesse minha resposta.

–Na realidade, Dimitri me deu um grande susto. Mas ele ficou para trás, só queria me avisar que Lissa e Christian estavam bem, voltaram para a corte. – Falei apressadamente, enquanto andávamos em direção aos dormitórios dos professores/guardiões.

–Eu fiquei sabendo. Ainda bem que eles estão a salvo e bem. – Fomos diminuindo o passo e falando bem baixo na medida em que íamos nos aproximando.

Paramos em frente à porta do quarto de Taissa. Vozes ecoavam dentro do quarto, mas dava para ouvir do lado de fora. Sonya levantou uma das sobrancelhas e tentou descobrir de quem era a voz.

–É o Arthur – Sussurrou ela para mim.

–O que ele está fazendo aí? – Sussurrei de volta e ela pediu para que eu fizesse silêncio. Alguns minutos se passaram até que Sonya sussurrou o mais baixo possível novamente.

–Está usando espírito. Magia. – Fiquei ultrajada. Por que ele faria magia, no quarto da Taissa, uma hora dessas? De repente Sonya, arregalou os olhos e desesperada, me mandou correr. Saímos correndo que nem duas adolescentes desesperadas, que investigam a vida alheia e nos escondemos atrás de uns arbustos que ficavam a mais ou menos uns cinco metros da porta do quarto dela. Dava pra ver completamente o movimento. Poucos minutos tinham se passado desde que tínhamos nos escondido para que Arthur saísse, murmurando algo muito baixo para Taissa. Meus ouvidos não podiam captar, e os de Sonya também. Entreolhamo-nos e voltamos a encarar a cena à nossa frente. Arthur se despediu de Taissa e saiu andando rapidamente na direção em que estávamos. Paramos de respirar pelos segundos no qual ele andou em nossa direção. Quando ele saiu de vista saímos de trás dos matos e voltamos para o corredor que agora estava em absoluto silêncio.

–Acho melhor esperarmos mais um pouco. Vou olhar pela janela – Disse e saí de fininho para espionar pela janela. Apoiei-me na ponta dos pés e olhei para dentro do quarto de Taissa. Ela estava de lado olhando para o amuleto em suas mãos. Por um momento sua pele pareceu mais pálida do que o normal. Taissa andou pelo quarto até parar em frente ao espelho, de costas para mim. O horror, desespero, medo e tudo que é obscuro passaram pelo meu rosto. Pelo reflexo do grande espelho que estava em seu quarto, eu pude ver. Em seus olhos castanhos claros o nítido anel vermelho que circulava seus olhos. E pelo mesmo reflexo, tive a impressão e quase certeza que ela tinha me visto.

Abaixei-me rapidamente o coração quase saltando do peito. Corri para onde Sonya me esperava, puxando-a pelo braço. Corremos o mais rápido possível pela academia, até chegar ao outro lado, no prédio onde ficava meu dormitório. Entramos rapidamente desesperadas, fechando a porta, e por precaução, puxei a cômoda para impedir a passagem pela porta. Sabendo que era inútil se ela resolvesse ir atrás de mim.

–O que foi Rose? Ela viu você? Por que saímos correndo? – Sonya estava ofegante sentada em minha cama. Os olhos arregalados de medo.

–Olha só. Temos que nos livrar daquela mulher. Ela é a Strigoi que matou Lennie. E ela está infiltrada aqui na academia. Ah meu Deus! – Andei desesperada pelo quarto. O suor escorria pela minha testa. Eu podia sentir o meu sangue gelando.

–Só pode ser o colar Rose! O colar cria uma ilusão. – Falou Sonya. – Igual àquela que eu fiz quando você e Dimitri tiveram que voltar para a corte, quando estavam fugindo. É isso, ele cria uma ilusão, para ela parecer uma dampira.

–Ilusão essa muito forte Sonya! Ela consegue andar no sol! Sem contar que enganou você, que é usuária do espírito por meses! – Falei sentando-me na cama, ao lado de Sonya. E de repente as coisas começaram a clarear minha mente. – Ah meu Deus, e se ela transformou Dimitri? Se ela transformou ele em Strigoi e colocou aquele colar nele?

–Não... O dele é de prata, o dela é de madeira e corda. Se ele fosse Strigoi estaria usando igual ao dela, para não queimá-lo. – Disse Sonya, e naquele momento ela tinha razão. – O que vamos fazer agora?

–Acionar os guardiões da corte.

–Não podemos fazer isso. Vamos pensar em algo e mais tarde colocamos em prática. Vou para meu quarto. – Disse ela levantando-se. Segurei sua mão.

–Não mesmo. Você só vai sair daqui quando tiver um bom movimento nesses corredores Sonya.

–Rose, Diego está sozinho no quarto.

–Mas que droga. Então eu vou com você. Durmo lá no chão mesmo.

–Está com medo Hathway? – Perguntou Sonya um sorriso debochado nos lábios.

–Hahahá, muito engraçada. Estou com medo de ela fazer algo contra você, sua boba.

–Fique calma, nada vai acontecer comigo. – Falou ela já arrastando a cômoda da porta.

–Ok. Tome cuidado. – Disse. Ela destrancou a porta e saiu. Tranquei tudo de novo, mesmo sabendo ser uma idiotice.

Não consegui pregar os olhos o resto da noite e pedaço do dia. Quando fechava os olhos, aqueles círculos vermelhos atravessavam minha mente, fazendo-me despertar rapidamente. Mas eu não poderia passar o resto da minha vida naquele quarto. Arrumei-me rapidamente e saí para o treinamento. Enquanto rumava para o refeitório encontrei Mike e Ron, que vieram falar comigo.

–Hathaway! Sentimos sua falta. Alberta pega bastante pesado conosco no treinamento – Disse Ron levantando a camisa e mostrando os hematomas arroxeados em seu tórax. Sorri para eles.

–Sinto muito garotos, mas é assim mesmo logo vocês acostumam. Como está Rue? – Perguntei enquanto andávamos para pegar algo para comer.

–Ainda abalada, porém bem melhor do que antes. – Disse Mike, concordei com a cabeça, e olhei ao redor do refeitório. Dimitri não estava ali como de costume.

–Garotos, vocês viram Belikov? – Perguntei e eles negaram com a cabeça. Ah meu Deus. Deixei o que ia comer de lado e saí correndo até o dormitório, seguindo direto para o quarto de Dimitri. Bati repetidas vezes na porta. Quando as batidas foram acompanhadas pelo seu nome ele veio atender a porta. Olhei-o dos pés à cabeça. Ainda estava com a calça do pijama, sem camisa e cara de sono. O colar de prata em seu pescoço. – Noite boa? – Perguntei entrando no seu quarto, mesmo sem ter sido convidada. Ele ficou me encarando incrédulo, mas fechou a porta e se sentou na cama. Fiquei em pé encarando-o.

–O que você está fazendo aqui? – Perguntou ele, uma das sobrancelhas erguidas. Encarei seu rosto por um momento, e desci seu corpo com meus olhos. Uau, ele realmente era de tirar o fôlego. Rose, foco! Mas algo em seu corpo másculo me chamou atenção. E estava em seu pescoço. Aproximei-me dele e me agachei em sua frente, afastando seu cabelo, para que eu pudesse ter melhor vista de seu pescoço. O que eu temia tinha se tornado realidade. Uma ferida de mordida estava recente em seu pescoço, quando a toquei ele se levantou rapidamente. – Rose, se não se importa eu estava me arrumando para ir treinar o pessoal.

–O que é isso no seu pescoço? – Perguntei, mas já sabia o que era.

–Não te interessa.

–Claro que me interessa. Vem cá, me deixa ver isso – Falei aproximando-me dele. Ele se esquivou, mas aparentemente estava fraco pela perda de sangue e drogado pelas substâncias da mordida. Segurei seu braço nas costas e inclinei sua cabeça para o lado. A coisa estava feia. Mas para não perder a oportunidade, tirei o colar de seu pescoço. Fazendo-o cair inconsciente no chão.





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