sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

QUINTO CAPÍTULO DE THE GOLDEN LILY



Os rumores sobre o meu encontro tinham se espalhado.


Eu só podia presumir que Trey tinha contado a Kristin e Julia, que possivelmente tinham contado para Jill e Eddie, e Deus sabe mais quem... Então eu não podia ter ficado surpresa quando telefonei para Adrian depois do jantar. Ele começou a falar antes mesmo de dizer “oi”.


“Sério Sage? Um encontro?”



Suspirei, “Sim, um encontro.”



“Um verdadeiro encontro. Não como se vocês fossem fazer dever de casa ou algo do tipo.” Disse ele.


“Acho que será algo como ver um filme ou outra coisa. E um filme que não tenha nada relacionado ao colégio. Ou sobre algo chato. Um verdadeiro encontro”. Imaginei que não era preciso dar a ele detalhes sobre a peça de Shakespeare.



“E qual é o nome do garoto de sorte?”



“Brayden”.



Teve uma pausa. “Brayden? Esse é o nome verdadeiro?”



“Por que você está perguntando se tudo é de verdade? Você acha que estou fazendo disso uma brincadeira?”



“Não, não.” Adrian me assegurou, “É que isto é bem inacreditável. Ele é bonito?”



Eu encarei o relógio, estava na hora de me encontrar com o grupo de estudos. “Talvez eu deva mandar uma foto para você analisar”.



“Sim, por favor. E um dossiê completo com a história de vida”.



“Eu tenho que ir. Por que você está se importando tanto de qualquer forma?” Eu finalmente perguntei o que estava me incomodando.



Ele respondeu depois de um longo tempo, o que não era característico dele. Adrian sempre estava preparado com uma dúzia de brincadeiras. Talvez ele não tivesse decidido qual usar. Quando ele finalmente respondeu, estava usando o usual tom sarcástico – Pensei ter escutado o tom um pouco forçado. “Porque essa é uma das coisas que eu nunca esperaria acontecer no meu tempo de vida”, ele me disse “Como um cometa. Ou a paz mundial. Eu apenas costumava pensar em você sozinha”. Por várias razões isso me incomodou.



“O que, você acha que nenhum cara pode se interessar por mim?”



“Na realidade”, disse Adrian voltando ao tom sério, “Eu posso imaginar muitos caras se interessando por você”. Eu tinha certeza que ele estava me testando e eu não estava com tempo para as brincadeiras dele.



Eu disse Tchau e me dirigi para o grupo de estudos, que para a minha tranquilidade, tinha uma boa quantidade de trabalho para ser feito. Mas quando me encontrei com Trey na biblioteca, ele estava tudo, menos concentrado. Ele não parava de falar o quão brilhante era, ele saber sobre Brayden e eu juntos.



“Esse encontro ainda nem aconteceu, e eu já estou cansada dele”. Eu disse. Espalhei os papéis do trabalho de Trey na mesa a nossa frente.



Os números e as fórmulas eram reconfortantes, muito mais concreto e tranquilo do que os mistérios da interação social. Bati na mesa com a caneta. “Preste atenção, temos um trabalho a fazer, e nós não temos muito tempo”.



Ele encolheu os ombros diante de minhas preocupações. “Você não pode apenas terminar isso?”



“Não! Eu tenho tempo suficiente para que você possa fazer isso por você mesmo. Eu irei apenas te ajudar, só isso”.



Trey era inteligente o suficiente para calcular a maioria das questões, sozinho. Usar-me era apenas outra maneira para julgarem ele mais esperto.



Ele deixou o encontro de lado e focou no trabalho a sua frente. Eu pensei que estava livre do interrogatório sobre Brayden, que o assunto estava encerrado. Jill e Micah vinham passeando de mãos dadas.



Eles estavam com um grupo de outras pessoas, e isso não me surpreendia. Micah era calmo e popular, Jill era irrequieta com um largo círculo de amigos que saiam com ele. Os olhos dela brilhavam de felicidade como se alguém no grupo tivesse contado uma história muito engraçada, e tivesse feito todos rirem. Pude me permitir a sorrir ao vê-la. Tinha sido uma longa caminhada de choro desde quando Jill chegou pela primeira vez a Amberwood, e tinha sido exilada com olhares estranhos e taxada por comportamento esquisito. Ela estava prosperando com seu novo status social. Talvez isso ajudasse ela na embaraçosa experiência de realeza. Meu sorriso desbotou quando Jill puxou Micah para longe do grupo onde eles estavam, e se aproximaram da nossa mesa. A expressão ansiosa dela me preocupou.



“É verdade?”, perguntou ela, “Você tem um encontro?”.



“Pelo amor de – você sabe que é verdade! E você disse ao Adrian não disse?” Dei a ela um olhar desapontado. Sua ligação psíquica não era ativa 100% do tempo, mas algo me dizia que ela sabia sobre ele ter ligado para mim mais cedo. Quando a ligação estava ‘ligada’, ela podia ver o que tinha na mente dele, observar os sentimentos e as ações dele. Isso só funcionava ‘em uma via’. Adrian não tinha ação semelhante, de qualquer forma, isso só trabalhava de um lado. Adrian não tinha nenhuma visão. Ela ficou envergonhada.



“É... Eu não pude evitar quando Micah me contou...”.



“Eu escutei isso do Eddie” , Micah disse rápido. Pensei que ele quisesse se livrar dessa situaçãi. Ele tinha cabelos ruivos e olhos azuis que sempre eram amigáveis e alegre. Ele era daquelas pessoas que você inicialmente não ia com a cara, mas ele tinha feito um grande esforço para desfazer o emaranhado que Jill fez ao começar a sair com ele...



“Hey! Eu não contei para o Eddie”, Disse Trey na defensiva. Olhei fixamente para ele.



“Mas você contou para outra pessoa, e ela contou para o Eddie”.



Trey encolheu os ombros, “Eu devo ter mencionado isso aqui e ali”.



“Inacreditável”, Eu disse.



“Como esse garoto é?” Perguntou Jill “Ele é bonito?” Pensei sobre isso.



“Bastante bonito”.



Ela se animou. “Bem, isso é promissor. Aonde ele vai te levar? Algum lugar bom? Uma noite na cidade? Jantar chique? Micah e eu fomos ao maravilhoso Salton Sea, e é muito bom. Você deveria ir lá, ter um picnic romântico”. As bochechas dela ficaram rosadas e ela soltou um suspiro. Esse era um dos traços cativantes de Jill.



“Nós iremos assistir Shakespeare no parque”, eu disse. Eles ficaram em silêncio. “Anthony e Cleópatra. É bom”. De repente senti a necessidade de me defender. “Um clássico. Brayden e eu apreciamos Shakespeare!”



“O nome dele é Brayden?” Perguntou Micah incrédulo, “Que tipo de nome é esse?”



Jill franziu a testa “Anthony e Cleópatra... É um romance?”



“É um pouco...” Eu disse “Todo mundo morre no final”.



Jill fes uma cara de horror que me mostrou que eu realmente não estava interessada no assunto.



“Bem...” Disse ela “Espero que você se... divirta”.



Depois do momento embaraçoso, seus olhos se iluminaram “Oh! Lia me ligou esta noite. Ela disse que vocês duas falaram sobre eu ser modelo para ela de novo?”



“Ela o que?” Eu exclamei. “Essa não é a forma como eu diria isso. Ela perguntou se você poderia fazer alguns anúncios. Eu disse não.”



“Oh” A feição de Jill mudou um pouco.. “Eu entendo. Sobre o que ela disse... Eu apenas pensei... Bem, eu pensei que talvez tivesse um jeito...” Dei a ela um olhar significativo.



“Eu sinto muito Jill. Eu adoraria que tivesse um jeito. Mas você sabe o porquê de você não poder”.



Ela concordou triste. “Eu entendo. Está tudo bem.”



“Você não precisa de uma campanha de modelo para ser bonita para mim”. Disse Micah galantemente.



Isso trouxe o sorriso de volta para o rosto dela, que desbotou quando ela viu o relógio. As mudanças de humor dela me lembravam de Adrian, e eu me perguntava se esse era um dos efeitos do laço. “Ugh. O toque de recolher está próximo. É melhor irmos embora. Você vem Sidney?”



Olhei para Trey. Eu já tinha acabado e sabia que estava perfeito. “Eu irei daqui a pouco. Só mais dois minutos”. Ela e Micah saíram. Olhando por cima de Trey, eu estava surpresa por encontrar ele encarando Jill atentamente. Eu cutuquei ele.



“Hey! Não esqueça de colocar seu nome nisso. Ou isso tudo não valerá de nada.”



Ele continuou olhando por alguns segundos, até arrastar seu olhar para longe. “É sua irmã, não é?” Seu tom sombrio fez com que soasse mais como uma afirmação do que uma pergunta. Como se ele estivesse revelando um fato infeliz.



“Hum... É. Você a vê mulhares de vezes. Ela já está nessa escola há um tempo.”



Ele franziu a testa. “Eu apenas nunca pensei nisso... Nunca dei uma boa olhada nela antes. Eu não tenho nenhuma aula com ela”.



“Ela está na frente e no centro nesse show fashion”.



“Ela tem uma máscara” seus olhos escuros me estudavam. “Vocês duas não se parecem em nada mesmo.”



“Nós sabemos disso”.



Trey continuou me olhando inquieto, e eu não fazia ideia por quê. “Você esperta de manter ela longe dessa coisa de ser modelo.” Ele disse afinal “Ela é muito jovem.”



“É uma coisa religiosa”. Eu disse pensando que Trey não perguntaria mais detalhes, por causa da nossa fé.



“Tanto faz, continue mantendo ela longe dos olhos do público.” Ele rabiscou o nome dele no papel e fechou o trabalho. “Você não quer a cara dela estampada em todas as revistas ou algo do tipo. Várias daquelas pessoas arrepiantes lá fora.”



Agora eu era a única pasma. Tive que concordar com ele. Se eu tivesse deixado, seria muita exposição, e os Moroi Dissidentes poderiam encontrar Jill. Mas por que Trey estava sentindo isso também? As suposições dele, eram porque ela era muito jovem, eu supus, mas tinha algo vagamente inquietante sobre isso. O jeito que ele olhou para ela enquanto se afastava foi muito estranho. Mas então, qual a outra razão para ele, se interessar tanto nela?



A normalidade do próximo “casal do dia” estava próximo – normalidade era algo relativo por aqui, claro. Adrian continuava a me mandar e-mails, perguntando se eu ia deixar ele me salvar(enquanto ele oferecia um não solicitado conselho). Mrs. Terwiliger continuava passando suas agressivas tentativas de me ensinar mágica. Eddie continuava dedicado em relação a Jill. E Angeline continuava suas não-tão-sutis tentativas em Eddie.



Depois de assisti-la derramar “acidentalmente” toda a água da garrafa na camisa branca dela enquanto treinava com ele um dia, eu soube que algo teria de ser feito, não importando o que Eddie tinha dito sobre não se intrometer em sua vida pessoal. Como se não bastasse as tarefas estranhas que tínhamos na corte. Eu me sentia como se fosse a única que podia fazer aquilo. Eu calculei isso, de coração para coraçã, falar de um jeito adequado solicitando chamar a atenção de alguém, mas a noite de meu encontro com Brayden estava próxima, e eu aparentemente era a última pessoa que deveria dar conselhos de namoro.



“Você irá vestindo isso?” Disse Kristin, apontando um dedo acusativo para as peças de roupa que estavam organizadas sobre a minha cama. Ela e Julia tiham chegado acerca de me inspecionar antes de eu sair. Jill e Angeline tinha chegado sem terem sido convidadas, e eu não pude impedir, mas também percebi que todo mundo parecia mais animado para esse encontro do que eu. Principalmente, eu estava um emaranhado de nervos e medo.



Isso era como ir fazer um teste sem ter estudado. Era uma experiência nova para mim.



“Não é um uniforme de colégio.” Eu disse. Eu tinha noção suficiente para saber o que vestir e o que seria inaceitável. “E é de cor. Uma espécie de cor”.



Julia levantou e segurou a roupa que eu tinha escolhido. Uma blusa de algodão com mangas curtas de botão. A coisa todo tinha um delicado tom de amarelo limão que eu pensei, que poderia acumular pontos com esse grupo, que me acusavam de eu não vestir coisas com cor. Eu tinha combinado isso com calça jeans. Ela sacudiu a cabeça. “Esse é o tipo que diz: Você nunca terá nada aqui”.



“Bem, e o que poderia ter?”



Kristin sentou em minha poltrona e inclinou a cabeça pensativamente, estudando a camisa. “Eu acho que essa camisa ainda diz mais: ‘Eu estou indo para acabar esse encontro cedo, para que eu possa preparar minha apresentação no Power Point”. Isso bastou para que elas caíssem na gargalhada. Eu estava prestes a protestar quando percebi Jill e Angeline irem conferir meu closet. “Hey! Talvez você devesse perguntar antes de fazer isso”.



“Todos seus vestidos são muito pesados”, disse Jill, ela puxou um que era feito de cashmare cinza. “Quer dizer, sem contar esses sem mangas, mas continuam sendo muito pesados para esse clima.”



“Metade do meu guarda roupa é,” Eu disse. “São feitos para as quatro estações. Eu realmente não tive muito tempo para trocar tudo para coisas de verão antes de vir para cá.”



“Viu?” Exclamou Angeline triunfante. “Agora você sabe o meu problema. Eu posso cortar duas polegadas disso se você quiser.”



“Não!” Para o meu alívio Jill colocou o vestido para longe. Depois de alguns momentos ela encontrou uma coisa nova.



“E esse?” Ela segurava um cabide que carregava uma regata branca com um generoso decote.



Kristin encarou Angeline “Você não acha que poderia diminuir o decote?”



“O decote está baixo o suficiente. E essa não é uma camisa para vestir sozinha,” Eu protestei. “É para ser usada com um blazer”.



Julia se levantou da cadeira, jogou seu cabelo para o lado. Isso era um negócio sério. “Não, não... Isso pode funcionar”. Ela pegou a blusa de Jill e colocou sobre o jeans. Eu levantei. Ela estudou as peças por alguns momentos e depois voltou para o meu closet. – Isso estava parecendo um jogo de graça para todos. Depois de uma rápida procura, ela colocou um cinto de couro escuro com pele de cobra. “Eu acho que lembre você vestindo isso”. Ela colocou o cinto ao redor da camisa branca e recuou. Depois de mais um exame minucioso, ela acenou positivamente com a cabeça. As outras se amontoaram para dar uma olhada.



“Bom olho” Disse Kristin.



“Hey! Eu achei a blusa” Jill a lembrou.



“Eu não posso vestir só essa camisa” Eu disse. Eu esperava que meus protestos cobrissem minha inquietação. Eu realmente não podia ir com a blusa amarela? Pareceu-me ser apropriada para um encontro. Como eu ia com essa blusa? Como eu iria sobreviver a essa noite se eu não poderia nem me vestir adequadamente?



“Se você quer colocar um blazer por cima, fique a vontade”. Disse Julia, “Mas eu não acho que você precisa se preocupar em mostrando muito. Isso nem se quer valerá a penas se Mr. Weathers notar”.



“Nem seria com a blusa amarela”, Apontei.



Elas decidiram que minhas roupas estavam prontas. Agora estavam aconselhando-me o que fazer com o cabelo e a maquiagem. Eu desenhei a linha lá; Eu usava maquiagem todos os dias – Muito legal, muita maquiagem cara era aplicada para fazer a maioria que meus recursos pudessem fazer, com que parecesse que eu não usasse maquiagem. Eu não gostava de mudar a aparência natural, não importava o modo como Julia jurou que a sombra rosa seria “hot”.



Nenhuma delas achou que seria preciso muita briga em meu cabelo. Atualmente ele estava cortado em camadas que apenas passavam de meus ombros. Era exatamente o único jeito que ele poderia ficar, ajeitando as camadas cuidadosamente com o secador de cabelo. Qualquer outro estilo ele iria parecer bagunçado, e é claro, eu já tinha a perfeita configuração para hoje. Nada bagunçado era uma coisa boa.



Exceto que, eu acho que elas ficaram bastante animadas quando concordei em usar a blusa branca. – Uma vez que eu tentei verificar se não ficaria transparente.



Minha única joia era meu pequeno crucifixo de ouro. Eu prendi ele envolta de meu pescoço e fiz uma oração silenciosa para eu passar por tudo isso.



Apesar de Alquimistas usarem bastante crucifixos, nós não participávamos exatamente de alguma fé Cristã tradicional, ou praticante. Nós tínhamos nossa própria religião e acreditávamos e Deus, que Ele uma boa força de bondade e a luz que preenchia um bocado de partes do universo. Com todas as responsabilidades, Ele provavelmente não se importaria muito com uma garota que iria ter um encontro, mas talvez ele pudesse separar alguns segundos para me dar a certeza de que isso não seria muito doloroso.



Todas elas desceram as escadas comigo quando chegou a hora de Brayde ir me buscar (Na realidade, era um pouco mais cedo do que o tempo dado, mas eu odiava estar atrasada). As garotas tinha ido com a principal razão que era conhecer ele, para Jill “Era uma coisa de família”. Para Kristin era “ Eu posso detectar um idiota em cinco segundos”. Eu não estava muito confiante nessa última, vendo que ela sempre especulava que Keith seria um bom para se pegar.



Todas elas estavam cheias de conselhos não solicitados.



“Você pode dividir a conta do jantar ou a da peça”, Disse Julia, “Não os dois. Ele precisa pagar a conta completa de algum dos dois.”



“Seria melhor se ele pagasse tudo, acho” Disse Kristin.



“Pegue alguma coisa do cardápio, mesmo que você não esteja com fome.”, Adicionou Jill, “Se ele for pagar o jantar, você não precisa deixar ele ser econômico. Ele tem que trabalhar para você”.



“Onde é que vocês arrumam isso tudo?” Eu perguntei, “O que importará se eu... – Ah qual é”.



Nós tínhamos alcançado a entrada e encontrado Eddie e Micah sentados em um banco juntos. Eles no final tiveram a decência de ficarem embaraçados.



“Vocês também não...” Disse.



“Eu estou aqui apenas para ver Jill” Disse Micah não me convencendo.



“E eu estou aqui para... Humm”. Eddie vacilou e levantei a mão para pará-lo.



“Não se incomode. Honestamente, eu estou surpresa por Trey não está aqui com uma câmera ou coisa do tipo. Eu esperava que ele quisesse imortalizar cada momento desse desastre de – Oh. Hey aqui!” Coloquei um sorriso quando Brayden entrou na portaria. Aparentemente eu não era a única que gostava de ser pontual.



Brayden pareceu um pouco surpreso ao ver que eu tinha uma comitiva. Eu não poderia culpa-lo já que eu também era uma das que estava surpresa.



“É um prazer conhecer todos vocês” Disse Brayden amigavelmente, mesmo que estivesse um pouco envergonhado.



Eddie, ainda desconfortável com as investidas de Angeline, pode parecer perfeitamente extrovertido, nessas bizarras situações sociais. Ele se levantou sem se incomodar e apertou a mão de Brayden, “Eu escutei que vocês irão ver uma peça hoje a noite”.



“Sim” Disse Brayden “Embora eu prefira o termo drama. Eu sinceramente já tinha assistido essa produção, mas eu gostaria de assistir novamente com um olho alternativo nas análises dramáticas. O padrão de Freytag pode ter deixado um pouco cliché depois de tudo.”



Depois dessa, todo mundo ficou mudo. Ou talvez, só estavam tentando entender o que ele disse. Eddie me encarou e depois voltou a olhar para Brayden. “Bem, algo me diz que vocês terão um ótimo tempo juntos.”



Uma vez que saímos depois de terem desejado todos os “bem-intencionados” desejos de bom encontro, Brayden disse: “Você tem muitos... Familiares e amigos devotos”



“Oh” Eu disse, “Isso. Eles apenas, uh, estavam saindo para estudar, no mesmo momento em que a gente saía.” Brayden olhou para seu relógio. “Não muito tarde para isso, eu suponho. Eu sempre faço meus deveres depois do colégio, porque – “



“Se você adiar, você nunca saberá se algo inexplicável irá acontecer”.



“Exatamente”, ele disse.



Ele sorriu para mim, eu sorri de volta.



Eu o segui até o estacionamento, onde paramos em frente a um lustroso Ford Mutang prata. Eu quase desmaio. Imediatamente estendi a minha mão e deslizei-a sobre o capô do carro, “Legal”, eu disse, “Nova marca, modelo do ano que vem. Esses novos nunca serão silenciosos como os clássicos, mas eles certamente compensam a economia de combustível e proteção”.



Brayden olhou surpreso “Você sabe sobre carros”.



“É um hobby”, eu admiti, “Minha mãe é quem está realmente entre eles”. Quando encontrei pela primeira vez com Rose Hathway tive a incrível experiência de dirigir um Citroën 1972. Agora eu tinha um Subaru. Eu o amava, mas não era exatamente glamoroso.



“Eles trabalham com arte e engenharia”. Eu notei que Brayden tinha ido para o lado do passageiro comigo. Por um segundo eu pensei que ele me deixaria dirigir. Talvez porque eu gostasse muito de carros? Mas depois, ele abriu a porta e esperou que eu entrasse. Entrei, tentando lembrar a última vez que um garoto tinha aberto a porta de um carro para mim. Minha conclusão foi: Nunca.



O jantar não foi fast food, mas também não foi nada chique. Eu me perguntei qual seria a opinião de Kristin e Julia sobre isso... Nós comemos em um tipo de Café Californiano, que servia sanduíches e saldas orgânicas. Cada item no menu parecia ser feito de abacate.



“Eu gostaria de levar você para algum lugar legal”, ele me disse, “Mas eu não queria arriscar voltar tarde. O parque fica a alguns quarteirões longe daqui. Então, nós poderíamos ir para algum outro lugar legal. Eu... Eu espero que esteja tudo bem para você?” Ele de repente me pareceu nervoso. Era o contraste da confiança que ele teve mais cedo quando falou sobre Shakespeare. Eu tinha que admitir, isso era um tipo de tranquilizador. Eu me encontrei relaxando um pouco mais. “Se não, eu encontrarei um lugar melhor...”



“Não, está tudo bem”, eu disse a ele, olhando ao redor do café que estava totalmente iluminado. Era um dos muitos lugares onde nós pedimos a conta e depois eles trazem o número da nossa mesa.



“Eu preferiria voltar cedo de qualquer forma.” Ele pagou por toda nossa comida. Eu tentei utilizar as regras do encontro que minhas amigas tinha bombardeado em mim, “Devo dar a você meu cartão?”, perguntei tentativamente.



Brayden me olhou surpreso, “Que nada. Eu pago”. Sorriu ele tentando-me de volta.



“Obrigada”, Eu disse. Então, ele pagou. Isso deveria fazer Kristin feliz, embora tenha feito eu ficar um pouco apreensiva – pensando que ele não tinha culpa. Com os alquimistas eu sempre era a que pegava as notas e manipulava os trabalhos. Eu nunca usava alguém para fazer isso por mim. Eu acho que eu estava apenas perturbada por sentir que eu deveria me preocupar com tudo, porque ninguém poderia fazer isso certo.



Academias sempre tinham murmúrios para mim. Mas na Amberwood como eu podia sair com pessoas da minha própria idade, era uma tarefa muito mais difícil. Eu tinha começado bem, mas eu continuava lutando para calcular as coisas apropriadas para dizer aos meus pares. Com Brayden, não tive tal problema. Nós tínhamos um suprimento infinito de tópicos. Nós dois parecíamos ansiosos para colocar para fora tudo que sabíamos sobre nada ou sobre tudo. Estava sendo muito bom.



O problema veio quando nós tínhamos acabado, e Brayden perguntou se eu queria sobremesa antes que fôssemos embora. Eu congelei, de repente lembrando-me do dilema. Jill tinha dito para eu ter certeza no que pedir, para que não saísse um encontro caro. Sem mesmo pensar sobre isso, eu tinha pedido uma salada barata – Simples, mas parecia ser boa.



Agora eu estava entre pedir mais, então eu parecia alguém na qual Brayden teria que trabalhar? Foi isso que tinha quebrado todas as minhas regras sobre açúcar e sobremesas? E honestamente, o que Jill sabia sobre “etiqueta de encontros” de qualquer forma? O último namorado dela era um homicida, e o atual dela era obviamente, pelo fato de que ela era uma vampira.



“Uh, não obrigada”. Eu disse finalmente. “Eu prefiro ter certeza que chegaremos no parque a tempo”. Ele concordou enquanto levantava da mesa e me deu um sorriso.



“Eu estava pensando a mesma coisa. A maioria das pessoas acham que ser pontual não é importante”.



“Importante? É essencial”, eu disse, “Eu sempre saio pelo menos dez minutos mais cedo”.



Brayden sorriu largamente. “Eu viso por quinze. Para dizer a verdade para você... Eu realmente não queria a sobremesa, de qualquer forma”. Ele segurou a porta aberta para que eu passasse. “Eu tenho evitar ingerir muito açúcar”.



Quase que parei de espanto. “Eu concordo totalmente – Mas meus amigos sempre gastam um tempo sobre isso. Tem sempre uma boa razão. Pessoas apenas não conseguem entender, acho”.



Eu andei para o parque, aturdida. Ninguém nunca tinha me entendido tão rápido e fácil. Era como se ele pudesse ler minha mente.



Palm Springs era uma cidade deserta. Com longas áreas de areia, montanhas de pedras. Mas era uma cidade que ainda estava em formação da humanidade por um longo tempo, e alguns lugares – Como Amberwood – Eram exuberantes, com reformas verdes que desafiavam a clima natural. Esse parque não era uma exceção. Tinha um vasto gramado verde, rodeado com pomposas árvores instaladas em lugares específicos. Tinha um começo e um fim, e as pessoas já estavam instaladas nos melhores lugares. Nos escolhemos um espaço na sombra onde tínhamos uma boa visão do palco. Brayden forrou um cobertor e sentou sobre ele. Pegou sua cópia de Anthony e Cleópatra. Estava todo marcado com notas e abas adesivas.



“Você trouxe sua cópia?” Ele me perguntou.



“Não” Eu disse. Eu não poderia ficar surpresa. “Eu não trouxe muitos livros de casa quando me mudei para cá”, Ele hesitou, como se inseguro, ele parecia estar pensando no que falar. “Você quer ler junto comigo?” Eu honestamente pensei em apenas assistir à peça, mas meu lado estudioso queria ter a certeza de que a peça seria original ao texto. E eu também estava curiosa sobre as anotações que ele tinha feito. Foi antes de eu dizer ‘sim’, que eu percebi que ele estava nervoso. Ler com ele significava que nós sentaríamos, muito, muito perto um do outro.



“Eu não irei morder”, ele disse, quando não me mexi para perto dele.



Isso quebrou a tensão, e nós ficamos em uma posição na qual nós pudéssemos ler o livro, sem nos tocar. Não houve como evitar que nossos joelhos se tocassem, mas nós dois estávamos de jeans, e isso não me fazia sentir como se estivesse enfiando uma estaca um minha virtude. Também não pude evitar, ele cheirava a café – meu vício favorito. Isso não era uma coisa ruim. Não era ruim mesmo.



Ainda, eu estava bastante consciente da minha proximidade com alguém. Eu não estava pensando que eu estava tendo alguma ‘vibe’ romântica. Meu pulso não estava acelerado. Meu coração não estava flutuando. Talvez eu só estivesse consciente da proximidade na qual eu estava sentada perto demais de alguém, talvez em minha vida. Eu não estava acostumada a partilhar muito meu espaço pessoal.



Eu brevemente tinha me esquecido que a peça tinha começado. Brayden poderia não gostar da performance moderna de Shakespeare, mas pensei que ele admirava as pessoas que faziam a peça. Seguindo juntamente com o texto, nós percebemos que os atores tinham pulado uma linha. Trocamos segredos, olhares triunfantes, alegres com algo que os outros não sabiam. Eu mantive um olho nas anotações de Brayden também, concordando com algo ou sacudindo minha cabeça em outras. Eu não podia esperar até quando nós discutiríamos na viagem de volta para casa.



Nós estávamos inclinados para frente olhando atentamente durante a cena da morte dramática de Cleópatra, ao mesmo tempo focados nas suas últimas linhas. Ao meu lado, eu escutei um barulho de papel. Eu ignorei e continue a olhar para frente. O papel farfalhou de novo, dessa vez muito mais alta.



Olhando por cima, vi um grupo de garotos, no qual pareciam ter a idade de estar no colegial. A maioria deles estava assistindo a peça, mas um deles estava segurando alguma coisa que estava enrolada numa bolsa de papel marrom. A bolsa era muito grande para o objeto e ele o inclinava várias vezes. Ele olhou ao redor nervoso, e enrolou o papel em uma bola pequena. Estava óbvio que ele estava fazendo mais barulho do que apenas deixar o papel como estava.



Passou-se mais outro minuto, e nele, outros que estava perto, tinham olhado por cima dele. Ele finalmente abriu a bolsa e depois, ainda com movimentos lentos, com cuidado ele colocou mão dentro. Eu escutei uma palma e o rosto do garoto ficou triunfante. Ainda mantendo o objeto escondido, ele levou a bolsa até a boca e bebeu, o que era óbvio algo que vinha de uma garrafa de cerveja, ou algo que tinha álcool. Isso estava bem aparente mesmo com a bolsa.



Coloquei minha mão sobre a boca para abafar uma risada. Ele me lembrou muito de Adrian. Eu absolutamente poderia ver Adrian trazendo bebida alcoólica para lugares como esse, falando sobre tipos de dores que são dissimuladas, pensando como ele apenas fez as coisas devagar o suficiente. Ninguém poderia pegá-lo. Adrian também provavelmente abriria a garrafa no meio da cena mais tensa. Eu poderia ver ainda a expressão em seu rosto enquanto dizia: ‘Ninguém sabe o que estou fazendo’, quando, claro, todos nós sabíamos. Eu não sei porque, mas isso me fez rir.



Brayden estava muito focado na peça pra notar, “Ooh”, ele sussurrou para mim, “Essa é uma boa parte – Quando as servas dela vão se matar”.



Nós dois estávamos debatendo em abundância e analisando um jeito de voltar para a Amberwood. Eu fiquei um pouco desapontada quando o carro dele parou no meu dormitório. Enquanto estávamos sentado lá, eu estava pensando se nós não podíamos fazer outro encontro de milhas. Qual seria o procedimento correto agora? Ele supostamente iria me beijar? Supostamente eu deveria beijar ele? Deveria perguntar qual foi o o preço da salada?



Brayden parecia nervoso também. Eu me preparei para o pior. Quando eu olhei para minhas mãos que estavam no colo, elas estavam tremendo. Você pode fazer isso, eu disse para mim mesma. Isso é um rito de passagem. Eu comecei a fechar meus olhos, mas quando Brayden falou, eu os abri rapidamente.



“Você gostaria... Você gostaria de sair de novo?” Perguntou ele, dando-me um sorriso tímido.



Eu estava surpresa pelo misto de emoções. Alívio era o principal, claro. Eu sabia agora que teríamos tempo para procurar livros e beijar também. Mas no mesmo momento, eu estava com um tipo de desapontamento, com a presunção de que ele mostraria suas análises dramáticas. Grande parte de mim estava pensando que seria bem diferente como: ‘Bem, depois dessa noite perfeita, eu acho que não temos chance a não ser sair outra vez. ’ Imediatamente eu me senti estúpida por sentir esse sentimento. Eu não tinha expectativas com ele, e agora eu estava aqui sentada com as mãos tremendo.



“Claro” deixei escapar.



Ele soltou um suspiro de alívio. “Legal, “ Ele disse, “Eu te mando um e-mail.”



“Seria bom”, Eu sorri. Teve um momento de silêncio, e de repente eu desejava que o beijo acontecesse depois de tudo.



“Você quer... Quer que eu leve você até a porta?” Ele perguntou.



“O que? Ah, não, obrigada. Está bom aqui. Eu ficarei bem.” Eu estava a beira de parecer com Jill.



“Então... Eu realmente tive uma noite maravilhosa. Estou esperando ansiosamente pela próxima”.



“Eu também”.



Ele levantou a mão dele, e eu a apertei. Depois eu saí do carro e ele foi embora.



Eu apertei a mão dele? Eu repassei o momento em minha cabeça, me sentindo uma idiota. Uma completa idiota. O que tem de errado comigo?



Enquanto eu andava até a entrada num estado de torpor, eu peguei meu celular e chequei se tinha alguma mensagem. Eu tinha deixado ele desligado essa noite, esperando que eu tivesse um momento de paz, naquele momento. Para o meu espanto, ninguém precisou de minha ajuda na minha ausência, tinha apenas uma mensagem de texto de Jill, e tinha sido mandado quinze minutos atrás: ‘Como foi seu encontro com Brandon? Como ele foi?’



Abri a porta do meu quarto e entrei. ‘O nome dele é Brayden’, mandei de volta. Eu pensei sobre o resto da pergunta dela, e estava decidindo como iria responder.



Ele era como eu.