quarta-feira, 21 de março de 2012

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FANFIC PERFECT PROMISE II - CAP 3

Ao toque da estaca de prata na grande parede de energia, tudo foi abaixo. A transparência foi descendo, caindo até se fundir ao chão e desaparecer, fazendo assim começar a chacina dentro da corte, um dos lugares considerados mais seguros no mundo vampírico. Os Strigois invadiram sem pudor a corte atacando os guardiões que empunhavam e empalavam as criaturas da noite sem piedade. Os humanos que estavam com as criaturas da noite viraram alimento para os próprios Strigois, os gritos foram se agonia. No começo eu fiquei sem reação, parada assistindo aquilo tudo. Os corpos dos guardiões caídos assim como os dos Strigois, mas acordei quando Dimitri gritou meu nome.

–ROSE! – Gritou ele vindo em minha direção. Olhei para o lado, aonde ele vinha e despertei de meus devaneios. Nossas costas se chocaram. Ficamos com as costas coladas, um círculo de Strigois de formando ao nosso redor. – Preparada? – Perguntou ele, as estacas nas mãos e um cinto inteiro delas em sua cintura, assim como eu.

–Sempre – Então começamos nosso trabalho em dupla. As estacas faziam os Strigois secarem em nossas mãos, e o pequeno motim que estava ao nosso redor estava numa montanha ao nosso lado. Instantes depois um Strigoi avançou em Dimitri que era tão rápido e forte quanto ele, acho que sua experiência como Strigoi exercia vantagens na luta. Os corpos se chocaram contra o chão, Dimitri em cima do homem pálido de olhos vermelhos, buscando a estaca que estava em seu cinto. A estaca desceu contra o peito do Strigoi que soltou um grunhido alto e deu seu último suspiro. Dimitri levantou-se e olhou para onde eu estava. Seus olhos arregalaram-se e sua boca se abriu para gritar alguma coisa para mim, mas eu agi com mais rapidez, me virei rapidamente e atrás de mim vinha um Strigoi em minha direção, alcancei a estaca e a preparei. O Strigoi saltou para cima de mim, e quando seu corpo se chocou contra o meu, derrubando ambos no chão, a estaca de prata se fundiu ao corpo gelado. Empurrei seu corpo inerte para o lado e levantei-me. O que eu não daria para ter alguns alquimistas aqui. Mas não tinha acabado. Ao olhar para o lado mais vinham atacando – Dimitri!

Não deu tempo para ele responder. Um círculo de fogo se formou ao meu redor, queimando os Strigois que tentava me alcançar. Eles saíram numa dança desesperada tentando apagar-se, mas era em vão. O fogo foi baixando aos poucos e quando olhei para ver se Dimitri estava bem, Christian estava do seu lado, manobrando os Strigois empalados por Dimitri. Isso me fez lembrar o último ataque a São Vladimir, onde trabalhamos juntos. Quando acabamos o cheiro de queimado era insuportável.

–Por aqui não tem mais nenhum, tem Rose? – Perguntou Christian.

–Você sabe que perdi o dom de detectar Strigois Christian – Rosnei para ele, que saiu na frente rindo. – Vou dar uma olhada no lado de lá.

–Não sozinha – Falou Dimitri – Vamos com você – Não pude negar, se tivessem mais por lá eu precisaria de ajuda. Corremos pelo perímetro esquerdo da corte, mas nada havia lá a não ser corpos, tanto de guardiões como de Strigois. Corremos voltando para o portão principal e Janine vinha correndo com Mila ao seu lado.

–Eles foram embora – Falou Janine com dificuldade. Apoiou suas mãos nos joelhos e nos encarou – Simplesmente foram embora.

–Como assim? Não é da natureza deles fazer isso, e além do mais olhe para isso – Falei apontando para o céu escuro – Estamos no meio da noite, isso para mim cheira armação. Eles não se renderiam assim tão fácil.

–Os estragos foram grandes – Falou Mila olhando ao redor. Os Moroi agora refaziam a barreira de energia, os guardiões carregavam os corpos de seus companheiros de trabalho, e juntavam a uma pilha os corpos dos Strigois, que seriam incinerados.

–Onde está Lissa? – Perguntei. Devia estar desesperada tentando curar todos. E agora a responsabilidade cairia em cima dela com tudo. Saí correndo pelo pátio sangrento da corte, Christian ficou falando com Janine e gritou que iria me encontrar depois, entrando pelas portas abertas até o salão principal, onde vários corpos feridos estavam sendo tratados. Muitos com ataduras e remédios, mas as mãos de Lissa estavam colaborando bastante. Avistei ela há uns vinte metros de onde eu estava e corri desviando dos corpos ao chão. – Como você está? – Perguntei minha mão indo a sua cabeça, para ver se estava tudo bem.

–Estou ótima Rose, não se preocupe. Falei que ando controlando a escuridão – Disse ela levantando o pingente de prata que estava em seu pescoço. Sonya tinha ensinado a ela como fazer aqueles amuletos de proteção para não deixar a escuridão do espírito, enlouquecer. Assim Lissa sempre vinha renovando as energias. – Como está a situação lá fora? – Perguntou ela fechando os olhos e colocando as mãos sobre a perna ferida de um guardião, em segundos a perna estava perfeita novamente.

–Não muito boa. Teremos um grande déficit na guarda. E o estranho de tudo é que os Strigois recuaram isso é o mais estranho. – Falei acompanhando-a enquanto andava, procurando as vítimas mais fatalmente atingidas.

–Realmente estranho. Esse mundo vai ficar completamente louco agora. Não queria ser a rainha num momento desses. – Falou ela agachando-se perto de uma Moroi que tinha as mãos queimadas – Foi atingida sem querer? – Perguntou ela e a mulher concordou com a cabeça, a dor era visível em sua face. Lissa segurou as mãos cálidas e brancas da mulher e fechou os olhos enquanto o espírito ia para a ponta de seus dedos e curava a moça.

–Você vai se sair bem. Sempre sai. – Falei segurando seus ombros. – Agora chega, vamos descansar agora. – Levei-a para seu quarto e minutos depois Christian entrou correndo desesperado, procurando por Lissa.

–Ah! Que bom que te encontrei, fiquei preocupado, pesando que tivessem te levado, amor – Falou ele segurando o rosto dela em suas mãos e beijando-lhe os lábios.

–Estou bem Christian, todos estamos agora. Já estou melhor Rose, acho melhor você ir descansar um pouco, lutou bravamente hoje, como sempre. – Sorriu ela para mim. Mandei um beijo para os dois e saí do quarto. Não iria descansar já estava descansada o suficiente. Desci as escadas e fui até os jardins que agora estavam parcialmente destruídos. Sentei na grama que há algumas horas atrás estava límpida e bem cuidada.

–Estava te procurando – Disse Dimitri, agachando-se ao meu lado. Olhei em seus olhos que estavam atentos a tudo.

–Por quê?

–Daqui a pouco vai ter uma reunião com os guardiões e Will me pediu para vir procurar você, porque ele queria ter uma conversa comigo, você e Janine.

–Tudo bem, já estou indo. – Falei, virando meu olhar para longe do dele.

–Rose. – Sua mão tocou em meu ombro. Por um momento esperei que ele fosse falar alguma coisa, porém sua mão saiu de meu ombro e ele disse: - É melhor a gente ir logo, pela cara dele as coisas são sérias. – Levantei-me, quando seu corpo já estava bem à frente no caminho. Fomos para o prédio que ficava mais oculto na corte, e nele descemos até o subterrâneo, perto de onde ficavam as celas. Boa parte dos guardiões estava ali sob uma camada de tensão. Quando chegamos Will prendeu sua atenção em nós.

–Preciso de vocês três – Disse ele apontando para mim, Janine e Dimitri. – Janine, eu preciso que você fique aqui comigo como chefe dos guardiões, outros estão vindo, recém-formados para diminuir o déficit. – Janine concordou.

–Hathaway e Belikov, vocês irão para a St. Vladimir treinar os alunos que irão se formar. – Disse Will tão certo de sua solicitação, que nem pediu nossa opinião para isso.
–Como assim? Você nem perguntou se eu queria ir para a St. Vladimir, e eu tenho que proteger a rainha esqueceu? – Minha voz saiu alterada. Senti a mão de Janine repreendendo-me.

–Rose, você sabe que terá muitos outros guardiões para a segurança da rainha. A academia precisa de você e de Belikov.

–Ah sério? E por que não tem outros guardiões para irem para a St. Vladimir? – Perguntei as mãos na minha cintura, encarei Will – Por que você, não vai para Academia, Will? Hum? Ou mande Janine, ela é muito melhor do que eu na questão de ensinar.

–Rose, chega de birra! Você vai para a St. Vladimir, pela manhã. Você e Dimitri vão levar as crianças aqui da corte para lá, e fim do assunto. – Disse ele, seu dedo apontando para a minha cara. Saí praticamente marchando da sala subterrânea em direção ao meu quarto.

Não podia ir para a St.Vladimir. Não podia ficar com Dimitri, assim tão próxima dele. Eu queria me livrar um tempo de sua presença para poder pensar, pensar com calma, sobre nós dois. Isso não era para estar acontecendo. Não era mesmo. Não tinha feito nem dez minutos que eu tinha chegado ao quarto, e três batidas na porta me fazem sobressaltar. Ao abrir a porta, Janine estava me encarando.

–Devia estar arrumando suas coisas. – Falou ela entrando e sentando em minha cama. – Rose, você precisa fazer isso.

–Preciso? Tudo o que faço é colocar eles na frente! Eles veem primeiro! Mãe, eu cansei disso tudo! Eu queria poder fazer o que eu quisesse, na hora que eu quisesse! Não ficar me submetendo a ordens! Eu preciso de tempo e espaço. Estou quase perdendo o homem que eu amo e estou tão perdida mãe... – As lágrimas já escorriam por meu rosto. Janine abriu os braços e a abracei, depois deitando na cama, minha cabeça apoiada em seu colo.

– Oh minha filha. Sei o quanto é a pressão em cima de você, sei o quanto está sendo dolorosa essa sua fase com Dimitri. Quer ouvir uma história? – Perguntou ela, seus dedos suaves acariciavam meus cabelos soltos sobre seu colo. Balancei a cabeça em concordância. – Me formei quando tinha sua idade, na St. Vladimir também. E assim que me formei, fui para uma missão na Turquia.

–Onde conheceu o meu pai? – Perguntei olhando para ela.

–Sim, onde conheci o seu pai, e foi lá que fiquei grávida de você mocinha – Falou ela apertando meu nariz, me fazendo rir – Mas assim que fiquei sabendo dessa notícia, fiquei tão abalada, tão perdida... Eu não podia... Eu ia acabar com minha carreira de guardiã, mas depois eu olhava para você, se formando dentro de mim e te amava tanto, tanto que não poderia te perder, mas também não poderia perder de ser uma guardiã, eu tinha sido criada nesse mundo, educada para proteger os Moroi.

–Por isso fez o mesmo comigo. Fez o mesmo que aconteceu com você – Falei, levantando-me e voltando a encará-la.

–Sim Rose, eu fiz o mesmo. Mas descobri hoje que as mentes são diferentes, cada um tem uma opinião diferente do mundo onde vive Rose, e você não é igual a mim. Sua vida não é nem um pouco parecida com a minha, meu amor. Apesar de sermos guardiãs em comum, somos diferentes. Eu soube lhe dar com a situação alguns anos atrás. Você é tão forte minha filha, vai superar isso.

–Mas não posso ir para a St. Vladimir agora mãe, não com Dimitri. Além do mais, não estou preparada para ensinar crianças. – Disse levantando-me da cama e andando pelo quarto – Eu precisava de tempo e espaço. Dimitri ia embora com Christian por mais três semanas, seria o tempo necessário talvez para eu pensar sobre tudo o que aconteceu, mas aí vem esse ataque de Strigois e prende a todos nós aqui.

–Rose, você não é mais nenhuma adolescente. É uma mulher agora! Tem responsabilidades e vai lhe dar com isso como uma. Você não vai misturar seu trabalho com seu relacionamento com Belikov, soube dividir tão bem isso tudo até agora Rose, só porque deu um tempo com ele, você não vai deixa tudo cair. – O que ela estava dizendo estava certo. Eu soube dividir as coisas entre mim e Dimitri no trabalho, certo esse tempo inteiro. Não poderia fraquejar agora que estávamos separados por um tempo. Eu tinha que ser forte e superar isso. Afinal de contas era apenas um tempo, era só um tempo para pensar. Iríamos voltar ao final das contas.

–Tudo bem, eu posso superar isso. Afinal são apenas alguns meses ok? – Perguntei parando em sua frente.

–Sim, três meses no máximo, até acabar o treinamento e os formandos virem para a corte.

–Tudo bem, vou arrumar minhas coisas – Eu disse indo para o closet.

–Te encontro daqui a pouco então – Disse ela saindo do quarto. Arrumei as coisas necessárias para levar a St. Vladimir, e em uma hora e meia eu estava pronta, o sol já estava raiando. Já indo para a pista de embarque na corte. Dimitri estava na pista ao lado do jatinho da Academia, suspirei e andei até onde ele estava. Janine estava do seu lado. – Preparada?

–Sim – Falei dando um abraço nela – Onde está às crianças? – Perguntei, carregando minha pequena mala na mão.

–Já estão embarcadas, estávamos apenas esperando você – Disse Dimitri. Concordei com a cabeça e me virei para olhar a corte pela última vez – Quem é aquela? – Perguntei, estreitando os olhos para poder enxergar direito. Uma mulher vinha em nossa direção em passos apressados com uma criança que aparentemente ao longe parecia ter um ano.

–Guardiã Hathaway... – Falou ela com dificuldade, suspirando alto, ela chegou até mim – Por favor, leve ele para a academia – Disse ela entregando-me a criança. – Por favor, não é seguro para ele ficar aqui comigo, sei que ele estará seguro lá, leve-o.

–Não posso, ele é muito pequeno, por que você não vem conosco? Quem é você? – Perguntei para ela, em seu olhar estava à culpa, o desespero e o amor pela pequena criança que estava em seus braços.

–Não posso ir. – Disse ela, a cabeça baixa, as lágrimas saíam sem pudor de seus olhos – Sou Meena, uma das guardiãs da corte. Não posso abandonar meu cargo. Diego só está aqui, por conta das dampiras descompromissadas que trabalham na corte – Disse ela acariciando a cabeça da criança. E vi que a história dela era bastante semelhante a da minha mãe. – Eu te imploro, leve-o. Será melhor para ele. O entregue para Sonya, ela saberá o que fazer.

–Conhece Sonya? – Perguntou Dimitri

–Sim, já falei com ela. – Chorava a guardiã – Leve-o Rose – O desespero assolava seu olhar, eu não tinha escolhas. Deixei a mala cair no chão e estiquei meus braços para segurar a criança que dormia profundamente nos braços de sua mãe. Ela o colocou em meus braços e o ninei rapidamente, pois seu pequeno corpo começou a se mover e suas pequenas mãos se fecharam em torno da minha camisa.

–Ok, levarei, pode ficar tranquila. – Falei para ela, que já estava bastante relaxada.

–Obrigada Rose – Foram suas últimas palavras para mim. Entregou a pequena bolsa do menino nas mãos de Janine. Beijou o topo da cabeça de Diego e saiu da pista sem olhar para trás.

–Temos que ir Rose – Falou Dimitri. Olhei para ele e concordei com a cabeça, olhei para Janine que sorriu para mim e entregou-me a bolsa do garoto. Dimitri pegou minha mala e embarcamos. O jatinho que tinha espaço para até trinta pessoas estava repleto de crianças, tinham na faixa dos doze aos dezessete anos. Estavam todos quietos, provavelmente assustados com tudo o que aconteceu – Vou falar com o piloto – Falou Dimitri para mim e foi para o outro compartimento do avião. Sentei-me com o pequeno Diego no colo, sorri ao ver seu rostinho tão calmo dormindo em profunda calma, deveria ser bom para ele não ter noção de tudo que estava acontecendo. Estava a acariciar sua face quando Dimitri sentou-se ao meu lado. O único espaço vago no avião. – Vamos partir. – Concordei com um aceno e decolamos rumo onde tudo tinha começado.




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