quinta-feira, 26 de abril de 2012

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FANFIC PERFECT PROMISE II - CAP 9

–Não podemos ficar mais um pouco? – Choraminguei, enquanto pegava minhas roupas pelo chão. Peguei o que tinha sobrado da minha camisa e levantei para que Dimitri pudesse ver. – Como vou voltar com esse trapo? – Perguntei aproximando-me dele, minhas mãos desciam por seu peito másculo. – Podemos ficar aqui, já que roupas não são necessárias...

–Roza... Temos deveres a cumprir hum? Temos que voltar. Volte com meu casaco. – Disse ele cobrindo-me com seu famoso “guarda pó”. Vestimo-nos rapidamente e saímos da cabana. O sol já estava saindo por entre as árvores. Andamos de mãos dadas até metade do percurso, quando escutei passos e algo sendo arrastado por entre as folhas secas da floresta.

–Escutou isso? Algo está sendo arrastado – Falei e Dimitri fez um sinal para que eu fizesse silêncio. Depois de poucos segundos parados e no silêncio da floresta, a não ser pelos passos cada vez mais perto de nós. Dimitri me olhou e sussurrou o mais baixo possível.

–Suba na árvore – Fiquei paralisada. Meu histórico em subir em árvores era nenhum. – Agora Rose! – Exclamou ele. Então me esgueirei pela árvore mais próxima, escalando até certa altura, na qual eu não seria vista. Dimitri estava numa árvore oposta a minha num galho mais grosso. Ficamos quietos, até que corpos apareceram. Coloquei as duas mãos na boca tentando abafar o grito e controlar minha respiração que tinha ficado descontrolada. Arregalei os olhos para situação à minha frente e encarei Dimitri que estava visivelmente tão abalado quanto eu. O corpo de Alberta estava inerte, sangue banhava a parte de cima de seu corpo esbelto. Taissa a arrastava em direção à cabana, de sua boca escorria o sangue supostamente drenado de Alberta. Fechei os olhos e baixei a cabeça, aquela cena era terrível demais para mim. Momentos importantes passaram pela minha mente, momentos esses nos quais Alberta tinha me ajudado bastante. A hora era essa. Sem pensar direito e agindo pela força da raiva, no estilo típico de Rose Hathaway, pulei da árvore caindo num baque surdo. Taissa virou-se rapidamente. Sua atenção voltada completamente para mim. Segundos depois Dimitri pulou de sua árvore caindo num baque ao meu lado. Taissa olhou descrente para ele, então ele arrancou o colar que tempo atrás estava cheio de compulsão.

–Que lindo. O casalzinho está de volta? – Sorriu ela sarcasticamente – Aproveito e acabo logo com a vida miserável de vocês dois... Sério, como aguentam aquelas pestes que chamam de adolescentes? Qualquer oportunidade que tiver eu irei drenar o doce sangue que deve correr pelas veias deles. O da Lennie... Huum me lembro do sabor até hoje. Já o dessa aqui – Falou ela com desgosto chutando o corpo sem vida de Alberta que estava jogado no chão. Já estava prestes a avançar naquela vadia, mas Dimitri segurou meu braço fazendo-me permanecer no lugar – Velho e sem sabor igual ao corpo – Por conta do sol que já estava nascendo o colar já estava em seu pescoço, escondendo sua verdadeira face. – Agora chega de conversa. Ainda preciso montar um esquema para esconder três corpos e arranjar uma boa desculpa. – Aquela mulher era muito burra ou eu não tinha um adjetivo mais esperto para dar para ela. Ela queria mesmo lutar comigo e com Dimitri? Hahaha e ainda mais usando o colar da ilusão, ela não tinha nem metade da força que ela tinha não usando ele. Olhei para Dimitri que concordou comigo. Troca de olhares era o suficiente para nós nos comunicarmos.

–Se quiser pegar, vem atrás – Disse e saí correndo o mais rápido possível, Dimitri logo ao meu lado acompanhando meu passo. Agora vejo que aquelas aulas de corrida realmente foram uma boa ideia quando ele me treinava. Atrevi-me a olhar para trás e vi que Taissa tinha largado o corpo de Alberta onde estava e tinha começado a correr atrás de nós. Já tínhamos atravessado a floresta e estávamos nos limites da academia. Corremos até o pátio principal onde já tinha um pequeno movimento de alunos dampiros e guardiões.

Parei abruptamente de correr, assim como Dimitri e avancei sobre Taissa. Pude ver de relance que alguns guardiões tinham se aproximado para apartar a briga, porém Dimitri os impediu. Não iria matar ela agora. Puxei seus cabelos para trás, deixando seu pescoço à mostra. O sol já estava mais acima no céu. Com a outra mão imobilizei seu braço. Ela não iria escapar, até porque estávamos cercados por dampiros e guardiões. Enquanto a segurava e estava prestes a arrancar seu colar e a deixar queimar um pouco ao sol, Kirova apareceu por entre a multidão.

–Rosemarie! O que você está fazendo? Largue Taissa agora mesmo! – Gritou Kirova vindo em nossa direção. Eu não era mais aluna dela, pelo amor. Quem ela pensava que era para colocar ordens em mim?

–Tem certeza que quer que eu a solte? Antes de tudo, vou mostrar quem ela realmente é, e o bichinho que você estava criando aqui dentro da academia. Ela matou Lennie, matou Alberta. Usou espírito com a ajuda do Arhur para hipnotizar Dimitri. Vamos lá Taissa, o que mais você fez? – Perguntei aproximando-me de sua orelha.

–Você está louca! Eu não fiz nada disso! Largue-me sua lunática! – Gritou ela, tentando se livrar de meu aperto. Para provar a todos que ela estava de teatro, puxei o colar de seu pescoço.

Expus sua pele pálida. Seus olhos vermelhos. Seus caninos afiados. A reação de todas foi espontânea: Os olhos arregalados, gritos de espantos, e até alguns correram. A pele de Taissa começou a queimar e os gritos dela era ensurdecedores. Recoloquei o colar em seu pescoço e em segundos seu lado “dampiro” voltou. Ela ofegava, seu peito subia e descia descompassadamente.

–Temos que mata-la! – Gritou um dos guardiões da academia. Dimitri vinha se colocar ao meu lado.

–Ainda não, preciso de algumas respostas dessa aqui – Eu disse segurando-a com mais força e levando-a para o outro lado da academia, onde tinha uma sala subterrânea, uma pequena prisão, forte o suficiente para um Strigoi. Dimitri pegou as chaves com o segurança e a colocamos lá dentro. – Dimitri, me dê a sua estaca. – Disse para ele que tinha entrado na cela junto comigo. Taissa me olhava assustada, como um rato encurralado.

–Rose...

–Me dê logo a porcaria da estaca e saia daqui. – Ele me olhou assustado pela forma como o tratei, mas em deu a estaca de prata que estava em seu cinto. Porém, não saiu da cela. Rodei a estaca em minhas mãos e me agachei na frente de Taissa, arranquei seu colar de madeira e o joguei para o lado. Ela riu friamente, seus olhos vermelhos me encarando.

–Eu poderia arrancar seu coração em segundos Hathaway. E tomar seu sanguezinho misturado. Daí, eu deixaria seu namoradinho gostoso para o final, nos divertimos bastante não foi Dimitri? Seus sabores são indescritíveis – Disse ela, seu olhar se voltando para Dimitri. Sem hesitar, rasguei sua calça com a ponta da estaca, alcançando sua pele, abrindo um grande talho em sua perna. Ela gritou e não foi baixo.

–Fique calada sim? Só responda quando eu pedir tem umas perguntinhas para você. – Disse encostando a estaca na sua recente ferida. Ela tentou empurrar minha mão, porém estaquei sua mão, fazendo-a gritar ainda mais e se contorcer. – Dimitri, pegue uma corda sim? Ela está se mexendo demais – Disse para ele, e o mesmo saiu rapidamente, voltando logo em seguida com a corda. Amarrou os punhos de Taissa, e as pernas com bastante força. – Agora sim. Foi você que comandou os ataques na corte não foi? – Perguntei. Ela sorriu e arregalou um pouco os olhos, como se estivesse surpresa por eu ter descoberto seu plano.

“Quando liguei pela segunda vez para Lissa, depois de ela e Christian terem sido levados pelos Strigois ela disse que tinha se lembrado de uma coisa.” – Não deu para ver o rosto dela Rose, ou dele não sei. As luzes estavam fracas, estava muito escuro. Mas eu me lembro bem. O Strigoi usava um amuleto envolto no pescoço. Só me lembro disso.

E eu só precisava disso para saber que era Taissa.

–Foi você que sequestrou a rainha... Agora pra quê isso? Vários de seus soldadinhos foram mortos seu destino será o mesmo.

–Essa raça Moroi precisava ser derrubada, precisa. Que graça tem ser um? Reproduzir com humanos e criar essa espécie mestiça que são vocês. Criar outros Moroi, depois morrer. Pelo menos alguns têm o bom senso de se tornarem Strigoi. Vida eterna. Ver os humanos, dampiros e Morois completamente submissos a você, ver que todos te temem. – Disse ela, numa voz que demonstrava orgulho ao ser o que era. Uma escrava do sol. Criatura da noite. – Sim eu sequestrei a rainha e o namoradinho dela. Matei Lennie. Matei Alberta. Usei Dimitri para me ajudar a me infiltrar na corte com os outros Strigois. Isso mesmo Dimitri, foi você que me ajudou, apesar de não se lembrar de nada. – Sorriu ela. Ódio atravessou o olhar de Dimitri. Ele se desencostou da grade onde estava e veio até mim, pegando a estaca de minhas mãos e ficando frente a frente com Taissa.

–Seu reinado aqui acabou Taissa. Agora vá reinar no inferno – Disse ele empalando-a. Pelo ataque surpresa, os olhos dela se esbugalharam, ela deu um último suspiro pesado, e tombou para o lado. E parece que para ter certeza de que ela tinha morrido suas duas mãos se postaram na cabeça dela, rodando logo em seguida, quebrando seu pescoço.

Dimitri sentou-se no chão, a cabeça entre os joelhos, visivelmente perturbado. Engatinhei até onde ele estava e pus a mão em seu ombro. Beijei-lhe a cabeça e o fiz olhar para mim.

–Ei, passou tá? Ela está morta. Lissa e Christian estão bem. Nós estamos bem. Não se sinta culpado, meu amor – Falei segurando sua cabeça entre minhas mãos. Deixei meu dedo acariciar sua face. Suas mãos seguraram as minhas e ele as levou até seus lábios.

–Vamos sair daqui. – Nos levantamos e saímos daquele lugar. Ao chegarmos na sala de Kirova ela estava acompanhada de Janine, Abe, Lissa, Christian, Sidney, Adrian, Mikhail, Sonya e Will.

–Uau que comitiva. O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei abraçando minha mãe, logo em seguida Abe, Lissa e Christian. Abracei Sidney também, que retribuiu meu abraço tão calorosamente quanto. – Acho que tem um trabalhinho pra você lá na cena subterrânea Sidney – Sorri e ela acompanhou minha risada. – Como está Adrian?

–Bem Rose.

–Então minha filha, nós já estávamos vindo para cá e quando chegamos soubemos da Taissa... E da Alberta. – Disse ela, sua voz soava bastante triste.

–Uma perda lastimável, ela era uma mulher maravilhosa igualmente como guardiã – Disse Will sentando-se num dos sofás da enorme sala.

–O que vocês estavam vindo fazer aqui? – Perguntei.

–Rose, a formatura dos alunos é daqui a um mês. Precisamos agilizar as coisas por aqui. Sem contar que agora com a perda de Alberta...

–E porque o Will veio? E a segurança na corte? – Perguntei e Will revirou o olho vindo em nossa direção.

–Meena ficou como chefe dos guardiões até as coisas se estabilizarem e nós voltarmos para a corte – Disse Will, colocando sua mão no ombro de Dimitri. – Antes que você pergunte alguns alquimistas foram convocados para ficarem na St. Vladimir e na Corte, caso tivessem outros ataques de Strigois.

–Imagino quem tenha convocado você Sidney – Falei olhado para Abe que deu de ombros e se voltou para Janine.

–Então vamos lá Sidney, vou acompanhar você até as celas subterrâneas – Disse Wiil saindo acompanhado por Sidney. Dimitri, Christian, Janine, Abe, Kirova e Sonya estavam numa conversa animada e séria sobre os ataques e sobre Sonya. A academia tinha sido revistada depois que levamos Taissa para a cela, atrás de Arthur, mas ele sumiu. Lissa veio até mim, a coroa estava em sua cabeça.

–Isso aqui é um saco. Acho que posso tirar quando estiver fora do alcance dos alunos – Disse ela revirando os olhos e tirando a coroa de seus cabelos loiros. – Então você e Dimitri...

–Isso mesmo. Eu e Dimitri... Estamos de volta. E não posso estar mais feliz, pelos menos por nós dois. Foi chocante demais pra mim, ter que ver Alberta daquela maneira, uma mulher tão forte, se mostrava tão imbatível ser derrubada – Lissa me abraçou e deixei que ela me embalasse.

–Rose, vocês guardiões são treinados para isso, serem fortes e nos protegerem, mas não podem negar que vocês tem fraquezas – Disse ela levantando meu roto para que eu pudesse olhá-la – Você tem um exemplo do seu lado. Não se martirize.

Depois da pequena reunião cada um foi para seus aposentos, pois mais tarde teria o incrível jantar com a rainha. Eu já estava indo me deitar, descansar um pouco depois de um dia tão perturbado quando três batidas na porta me interrompem. Ao abrir me deparo com Dimitri.

–Se não se importa, eu estava indo tirar um cochilo agora – Falei puxando-o para dentro do quarto.

–De maneira alguma. Não me importo – Disse ele. Deitei na cama enquanto ele tirava os sapatos e se juntava a mim. Seus braços me envolveram, minha cabeça apoiada em seu peito – Eu te amo.

–Amo você - Seus dedos penteavam meus cabelos carinhosamente, fazendo-me cair no sono. 

Acordei já olhando para o relógio. Ainda faltavam duas horas para o jantar. Virei-me e encontrei o corpo de Dimitri completamente estirado e de qualquer jeito na cama. Seus braços estavam acima de minha cabeça, uma das pernas pendia para fora da cama. Acho que ele não dormia assim tão profundamente há um tempo. Levantei-me com cuidado para não acordá-lo e fui tomar banho. Demorei e um pouco, e já troquei de roupa no banheiro, colocando a roupa de guardiã, aquele preto e branco básico. Quando retornei ao quarto Dimitri estava com as mãos apoiando a cabeça, olhando-me.

–Acordou... Creio que não dorme assim tão bem há um tempo – Disse sentando-me na cama ao seu lado.

–Desde que você veio com aquela história de tempo. Só durmo bem ao seu lado – Disse ele, suas mãos foram para a minha nuca, aproximando nossos lábios num beijo demorado. Pus as mãos em seu peito afastando-o.

–É melhor você ir se arrumar Belikov. Assim iremos nos atrasar para o jantar com a rainha – Disse revirando os olhos, eu odiava tanto quanto Lissa esses jantares. Era tedioso demais.

–Ei, pare de revirar os olhos. Sabe que tem que ir – Disse ele puxando-me novamente para a cama, quando me levantei. Sentei em seu colo. – Logo voltaremos para a corte.

–Daí você vai para a universidade com o Christian e terei que ficar sem vocês por dias a fio – Disse, uma voz triste e melosa, encostando a cabeça em seu ombro.

–Ei, não reclame hum? Todo final de semana irei te ver. Christian não vive sem Lissa também. – Sorri e beijei levemente seus lábios.

–Sabe, estou realmente pensando em não ir para esse jantar. Ainda não estou bem pelo que aconteceu mais cedo, o que aconteceu com a Alberta, ainda está fresco na minha mente – Falei encarando seus olhos castanhos. Ele concordou com a cabeça abraçando-me. O velório de Alberta seria no dia seguinte antes do alvorecer. E eu estava cansada de parecer forte diante de todos.

–Tudo bem, fique aqui. Vou falar com Lissa e volto para ficar com você, ok? – Disse ele acariciando meus cabelos.

–É melhor você ir Dim... – Ele não me deixou continuar. Colocou o dedo em meu lábio, impossibilitando-me de falar.

–É melhor eu ficar aqui. Com você – Disse ele levantando-se rapidamente e calçando os sapatos. Beijou meus lábios rapidamente e saiu porta afora. Resolvi tirar a roupa de guardiã. Coloquei uma calça gasta e folgada e uma camisa de flanela igualmente folgada. Joguei-me na cama e fiquei encarando o teto por um bom tempo, até que alguém resolveu interromper meu momento pensativo. Levantei-me e abri a porta.

–Sonya e Diego! Que surpresa maravilhosa – Disse pegando Diego nos braços. Sonya entrou e fechou a porta atrás dela. Coloquei Diego na cama e fiquei brincando com a pequena criatura enquanto Sonya falava.

–Como está se sentindo? Teve um dia bastante pesado hoje -Disse ela sentando no lado oposto onde eu estava na cama.

–Melhor do que eu pensei estar. Irei superar com o tempo – Disse dando a ela um sorriso fraco. – Sem querer ser chata ou algo do tipo, posso saber o motivo da visita?

–Ah claro que sim. O pequeno aí não parava de falar “Ro, ro, ro” – Disse Sonya sorrindo em seguida – Quando eu dizia “Rose”? Ele concordava com um entusiasmo terrível, você precisava ver. – Diego iria completar dois anos de idade ainda, era uma criança avançada. – Você queria ver a Rose não é Diego? – Perguntou Sonya, ele estava se esforçando tentando sentar na cama, puxei seu bracinho ajudando-o a sentar-se. Ele levantou a mão e mostrou o polegar num sinal positivo. Sorri abobada pelo carinho que ele tinha tido por mim, foram poucos dias que mantivemos contato, mas mesmo assim... Ficamos conversando um bocado até que Diego começou a bocejar. Peguei ele nos braços e fiquei ninando-o enquanto Sonya falava o mais baixo possível comigo para não perturbar o pequeno Diego. Estava tão concentrada na criança em meus braços que não prestava atenção no que Sonya estava falando, e também não notei quando Dimitri entrou no quarto. Quando levantei meu olhar, ele estava me encarando com um sorriso nos lábios.





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